Palácio da Justiça agora será Palácio da Cidade e vai contar com mais de 60 serviços

Expectativa é que 30 mil pessoas sejam atendidas por mês no local. Ação também vai gerar economia de R$ 2 milhões por ano para a Prefeitura de Campinas

Presidente da Câmara, Luiz Rossini, explicou as razões que levaram o Legislativo a abrir mão da ocupação do edifício

O Palácio da Justiça agora será Palácio da Cidade. O prédio histórico no Centro de Campinas será ocupado por mais de 60 serviços que devem atrair cerca de 30 mil pessoas por mês para o local, além dos 370 profissionais que vão trabalhar no espaço. O anúncio foi feito pelo prefeito Dário Saadi nesta quarta-feira, 18 de março, em cerimônia no prédio.

“Para a cidade, é um benefício fantástico. Além da preservação de um dos prédios mais icônicos de Campinas, trazer gente para o Centro significa movimentar setores como restaurantes, bares e estacionamentos”, disse o prefeito. “O Palácio da Cidade vai concentrar importantes serviços em uma área de fácil acesso para todos”, completou.

Paulo Vidal, subsecretário do Patrimônio do Estado de São Paulo, também ressaltou a importância da transferência dos serviços para o futuro Palácio da Cidade. “O prefeito acabou de apresentar o que vai ser implementado neste equipamento público e eu tenho certeza que isso vai trazer vários benefícios para o centro da cidade, para que possamos fazer a revitalização da área central. As pessoas ganham muito com os serviços e trabalhos que vão ser executados aqui”, comentou.

Inicialmente, o Palácio da Justiça abrigaria a Câmara Municipal de Campinas, mas, por questões jurídicas e técnicas, houve uma mudança de finalidade na transferência do prédio para o município, que foi explicada pelo presidente do Legislativo Câmara, Luiz Rossini. “Era nossa intenção voltar para este prédio, mas nossa Procuradoria entendeu que seria um risco fazer um investimento tão grande em um prédio que não é do município, mas cedido. Além disso, seriam necessárias intervenções que durariam três anos”, explicou. “Campinas vai ganhar muito com a quantidade de serviços que serão colocados aqui para a nossa população”, completou.

Rossini lembrou, ainda, que o Palácio da Justiça abrigou a Câmara Municipal entre 1948 e 1970, quando foi transferida para o Palácio dos Jequitibás, junto com a Prefeitura, onde ficou até 2005.

A transferência dos serviços para o Palácio da Cidade vai gerar uma economia de mais de R$ 2 milhões ao ano com a saída de serviços de prédios alugados. A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos no início de 2026.

O juiz Luiz Antônio Alves Torrano, titular da 1ª Vara da Família e Sucessões e diretor do Fórum Central da Comarca, também participou da cerimônia, junto com vereadores, secretários municipais, imprensa e demais convidados.

Apresentação do projeto do Palácio da Cidade contou com autoridades e convidados nesta quarta-feira

Seis pavimentos, mais de 60 serviços

Nos seis pavimentos do Palácio da Cidade serão instalados serviços de diversas áreas da Prefeitura e de outros órgãos. Entre eles Sanasa, Emdec, CPFL, Junta Militar, CPAT, Casa do Empreendedor, Secretaria de Trabalho e Renda, o Ceprocamp do Centro, o programa Concilia Campinas, o Juizado da PUC Campinas, o Departamento de Ensino, Pesquisa e Saúde Digital (Deps), a EGDS (Escola de Governo e Desenvolvimento do Servidor) e parte do Departamento de Promoção à Saúde do Servidor (DPS).

No local também haverá postos de atendimento do Procon, da Vigilância Sanitária, do Cadastro Único, do 156/Protocolo, do Juventude Conectada e de serviços da Setec e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação (orientações sobre o Incra e o Via Rápida Empresa).

A secretária de Urbanismo, Carolina Baracat, explicou o projeto de cada andar e também outras ações que estão sendo feitas dentro do projeto de de Requalificação da Área Central (PRAC), entre eles as leis do Retrofit e do Procentro; a mobilidade urbana, com a requalificação de avenidas e terminais; a preservação do patrimônio, com as restaurações do Mercado Municipal e do Centro de Convivência; e a desapropriação, com pagamentos de Títulos da Dívida Pública, do Clube Cultura e Hotel Opala.

“Hoje é um dia muito importante, é um marco histórico para a nossa cidade e um símbolo da nossa identidade cultural. Este edifício, que há tantos anos faz parte da paisagem urbana, carrega memórias e testemunhou importantes momentos da nossa trajetória”, disse Carol. “Por isso, este projeto foi pensado com responsabilidade e carinho, unindo tradição e modernidade para devolver à cidade um espaço restaurado, acessível e funcional”, concluiu.

Reforma

Por se tratar de um prédio tombado pelo Condepacc, as intervenções necessárias vão respeitar as características originais do prédio.

A primeira obra já teve início com a substituição de telhas e reparos na estrutura de sustentação. A intervenção vai eliminar os pontos de infiltração e garantirá uma impermeabilização adequada para o edifício, prevenindo danos futuros.

Com a conclusão da reforma do telhado será possível a retirada dos andaimes e da tela de proteção.

Sobre o Palácio da Justiça

Inaugurado em 1942, na Era Vargas, o Palácio da Justiça possui estilo art déco. Erguido em frente à Praça Guilherme de Almeida, o edifício tem relação direta com o Plano de Melhoramentos Urbanos que havia sido projetado por Prestes Maia. O imóvel foi tombado em 2010 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) por sua importância histórica, cultural e arquitetônica.