SUPERPOPULAÇÃO: PRINCIPAL CAUSA DAS MUDANÇAS AMBIENTAIS, EXTINÇÃO DE ESPÉCIES E CONFLITOS GLOBAIS
MUNDO
As mudanças climáticas deixaram de ser uma preocupação futura e se tornaram uma realidade cada vez mais intensa. O aumento da temperatura global provoca o derretimento das geleiras, a elevação do nível do mar e a intensificação de eventos climáticos extremos, como furacões e ciclones, que já afetam regiões inesperadas, como o litoral de Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul, atingidos pelo furacão Catarina em 2004.
Este ano, o Brasil enfrentou mais uma tragédia climática, com enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, que mobilizaram o país. As inundações, que atingiram diversas cidades gaúchas, deixaram centenas de desabrigados, causaram mortes e destruíram infraestrutura essencial, como pontes e estradas. A tragédia trouxe à tona a vulnerabilidade das regiões brasileiras a eventos climáticos extremos, reforçando a urgência de políticas de adaptação às mudanças do clima.
Esses eventos evidenciam como fenômenos climáticos severos estão se tornando mais frequentes e violentos, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, a passagem do furacão Milton pela Flórida trouxe uma nova onda de destruição esta semana, destacando o agravamento desses eventos. O furacão deixou um rastro de mortes, desabrigados e devastação em áreas costeiras, afetando o fornecimento de energia.
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA E O CRESCIMENTO DESORDENADO
A explosão populacional está no centro das preocupações globais. Durante milhares de anos, a população mundial levou até o início do século XIX para atingir 1 bilhão de habitantes. Porém, com os avanços científicos e tecnológicos dos séculos XIX e XX, o crescimento acelerou drasticamente. Em menos de um século, a população global duplicou, atingindo 2 bilhões em 1920. Na década de 1970, já éramos 4 bilhões e, em 2014, chegamos a 7 bilhões.
Estudiosos apontam que o planeta poderia sustentar, com relativo conforto, até 4 bilhões de pessoas. No entanto, o rápido crescimento populacional ultrapassou essa marca e, a cada dia, aproximadamente 250 mil novos habitantes chegam à Terra. Projeções da ONU indicam que em 2050 seremos cerca de 9 bilhões. O impacto desse aumento descontrolado já se reflete na extinção de espécies, escassez de recursos e agravamento das crises ambientais.
GUERRAS E CONFLITOS: UMA NOVA REALIDADE AMBIENTAL E HUMANA
O crescimento populacional desordenado e a escassez de recursos também estão diretamente conectados às guerras contemporâneas. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, assim como o recrudescimento dos conflitos no Oriente Médio, como a recente guerra entre Israel e o Hamas, são exemplos de tensões geopolíticas amplificadas por disputas por recursos naturais e pelo impacto das mudanças climáticas. Agora, Israel intensificou sua ofensiva no Líbano, gerando ainda mais instabilidade na região, já marcada pela escassez de recursos e deslocamento de milhares de pessoas.
Esses conflitos, além de provocarem destruição ambiental e humanitária, aumentam a pressão sobre recursos globais como água e alimentos, desencadeando crises econômicas que elevam o custo de vida mundialmente. A reconstrução das áreas devastadas pelos conflitos exigirá enormes investimentos, desviando recursos que poderiam ser aplicados em soluções climáticas e ambientais.
A CRISE DA ÁGUA
A água doce, recurso vital para a vida, está se tornando cada vez mais escassa. As projeções mais pessimistas alertam que, até 2050, o acesso à água potável será drasticamente limitado. O consumo diário será reduzido a cerca de 25 a 50 litros por pessoa, com sistemas de reuso para suprir as necessidades básicas. A agricultura, responsável por 70% do uso global de água, enfrentará grandes desafios, impactando a disponibilidade de alimentos.
A produção de carne, em particular, é um fator crítico. São necessários 43 mil litros de água para produzir apenas 1 kg de carne. A criação em massa de gado consome vastas quantidades de milho e soja, recursos que, se diretamente destinados à alimentação humana, poderiam mitigar a fome global e reduzir o consumo de água potável.
CONFLITOS E GUERRAS POR RECURSOS HÍDRICOS
Conflitos por água já são uma realidade em diversas regiões do mundo, especialmente na África e no Oriente Médio. Países ricos em petróleo, mas pobres em água, enfrentam desafios severos para sustentar suas populações. No Brasil, a escassez de água também provoca tensões. A estiagem prolongada tem agravado a crise hídrica no Sudeste e no Sul do país, com impactos diretos na geração de energia e no abastecimento urbano, além de ameaçar as colheitas e comprometer a segurança alimentar.
SOLUÇÕES TEMPORÁRIAS E O DESAFIO DA DESSALINIZAÇÃO
A transposição de rios, como a dos rios Guaratuba e Itapanhaú, em Bertioga, para abastecer São Paulo, e projetos de dessalinização de água do mar são soluções emergenciais, mas insuficientes a longo prazo. A dessalinização, amplamente utilizada em países como a Arábia Saudita, é um processo caro e ambientalmente prejudicial, exigindo grandes quantidades de energia e impactando ecossistemas costeiros. Além disso, o custo elevado, cerca de 1 dólar por metro cúbico, tornaria inviável a implementação em larga escala no Brasil.
O FUTURO INCERTO: REFUGIADOS CLIMÁTICOS
Até 2050, o mundo poderá testemunhar a maior onda migratória da história. Cerca de 50 milhões de pessoas, forçadas pela escassez de recursos e pelos conflitos, buscarão novos territórios, desencadeando crises humanitárias e disputas por terras habitáveis. Este fenômeno, conhecido como “refugiados climáticos”, será um dos maiores desafios do século, demandando cooperação internacional e políticas globais que enfrentem as causas profundas da degradação ambiental e os conflitos por recursos.
O aumento populacional, as guerras por água e recursos, e a escassez de água são questões urgentes que precisam ser tratadas com seriedade e planejamento global. Sem uma ação coordenada, a sobrevivência das futuras gerações estará em risco.