GRUPO DO “SALVE O RIO ITAPANHAÚ” SE MOVE PARA TENTAR EVITAR UMA POSSÍVEL CATÁSTROFE AMBIENTAL

Visto que transposições de águas fluviais não dão certo, movimento trabalha contra a empreitada da Sabesp realizando tudo o que pode para salvar o meio ambiente em Bertioga e parques na Serra do Mar

O Movimento Salve o Rio Itapanhaú, que é formado por ativistas contra a transposição de suas águas, por conta dos impactos ao meio ambiente que estão previstos a acontecer, lançou na quinta-feira de 21 de novembro, um vídeo de protesto nas redes sociais, que foi sobre a ação realizada no início do mês, quando foi montada a palavra ‘crime’ com 100 metros de comprimento e letras de 35 metros de altura, numa estrutura montada com varas de bambu exposta no próprio rio.

O movimento afirma que desde o início do processo de licenciamento ambiental relacionado a este caso, está acompanhando de perto os estudos realizados para a implementação do projeto, identificando diversos pontos que deixaram de ser levantados no sentido de entender a verdadeira biodiversidade local e quais os verdadeiros impactos que as obras para a transposição vão causar.

O grupo não concorda com a forma de como o processo de licenciamento foi conduzido. Convencidos de que a obra causará grandes impactos na região as referidas ações dos manifestantes tem como intuito alertar toda a sociedade sobre o caso. O movimento através de estudos, divulgou que a quantidade de captação alteraria brutalmente as condições naturais de uma complexa rede de espécies da fauna e flora da Mata Atlântica em um dos trechos mais preservados do Parque Estadual Serra do Mar (PESM).

A SABESP DIZ

A Sabesp destaca que a captação de água será feita no ribeirão Sertãozinho, um dos formadores do rio Itapanhaú. A captação será de até 2.000 litros por segundo, conforme a outorga definida. Ainda, segundo a companhia, em Bertioga, o Itapanhaú tem uma vazão média de 20 mil litros por segundo de água. A estatal informou que o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA-Rima) foram aprovados por todos os órgãos consultados e que logo pretende colocar o projeto em prática.

Com todos os questionamentos da sociedade, pesquisadores, ambientalistas e a Prefeitura de Bertioga alertam sobre os possíveis impactos que a operação deste empreendimento da Sabesp poderá promover nesta sensível região. Inclusive, pretendem levantar no Instituto Trata Brasil, que, enquanto a Sabesp se prepara para atacar mortalmente o Itapanhaú, desperdiça em torno de 36% da água distribuída na região da Grande São Paulo em função da má manutenção da rede, o que significa algo em torno de 1,26 bilhão de litros por dia (contra os 216 milhões de litros que pretende retirar do rio). Afirma-se que ao invés de realizar um trabalho de correção das perdas e incentivar maneiras para minimizar a pressão sobre os sistemas como captação de água da chuva para alguns serviços básicos, a empresa continua investindo em obras que promovem a destruição de ambientes naturais em um dos biomas mais ameaçados de extinção, que é a Mata Atlântica.

É apontado também que desde o início deste projeto, a SABESP não esclareceu os possíveis impactos desta obra e muito menos cumpriu com algumas exigências no processo de licenciamento como o pedido de monitoramento das águas do Itapanhaú realizado pelo Comitê de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista (CBH – BS) desde 2016, iniciado em Junho de 2020. O grupo do Salve o Rio Itapanhaú teme que catástrofes ambientais como uma brutal queda no volume de água nas cachoeiras do Véu da Noiva e do Elefante, pois recebem as águas do Ribeirão Sertãozinho, local onde está prevista a captação da água pela Estatal, assim como já informado.

Biológos prevêem neste que menos água doce vindo da serra, significa água mais salgada na região litorânea do Itapanhaú, o que pode afetar a fauna e flora na região dos mangues, entre outros problemas que podem ser causados. Os membros do movimento inclusive destacam que na prática, transposições de águas fluviais nunca deram certo e que isso não será diferente no Rio Itapanhaú.