EMPRESÁRIOS COGITAM IR ÀS RUAS EM PROTESTO CONTRA AS RESTRIÇÕES DA FASE EMERGENCIAL

Eles alegam que muitos estabelecimentos não irão suportar este período com muitas atividades sendo ceifadas

Os comerciantes de Bertioga estão indignados com o governador Dória. Isso já acontecia por conta da fase vermelha colocada em prática no município. Mas, agora, a Fase Emergencial, que entrará em vigor a partir de segunda-feira, dia 15 de março, vai endurecer mais ainda as medidas de proteção contra o avanço do Covid-19 em todo o Estado, consequentemente, prejudicando o trabalho comercial. Um exemplo é: restaurantes e lanchonetes que estão trabalhando oferecendo alimentos no modo, à retirar, só poderão oferecer o serviço delivery.

Nas redes sociais, o desespero por parte dos empresários bertioguenses é gigantesco. Eles enfatizam que essa medida vai sacramentar o fechamento das portas de seus empreendimentos. Afirma-se que inclusive, não existe legislação que faça o estado indenizar os prejudicados, o que dificulta mais ainda a situação. Nos comentários, os comerciantes já visualizam uma situação como a da Venezuela em Bertioga, quando já se sentem desacreditados sobre uma retomada econômica após esse caos.

Eles também destacam que o certo seria uma forma de concientizar a população, para que não cometa atos que façam a pandemia se agigantar e, não fechar os comércios que podem quebrar bem antes da doença ser controlada. Os empresários pedem intervenção nas taxas de juros, entre outros tipos de apoio que possam ampará-los. Há quem diga, que essa medida do Estado não passa de jogada de interesses políticos. Eles falam em se unir e ir às ruas para reivindicar os seus direitos de poderem trabalhar é continuar gerando empregos.

Em alguns comentários, é mencionado que alguns decretos são inconstitucionais, dando a entender que eles pretendem até entrar na justiça para tentar reverter a situação, todavia precisam de base legal para tal efeito. Baseando-se no primeiro artigo da constituição, que diz, que o poder emana do povo, os empresários argumentam que podem reagir e cobrar a saída de qualquer político que não agrade a maioria.

Assim eles falam em unir mais empresários em prol dessa causa e continuam reivindicando a retomada comercial na atividade do dia a dia, pois ressaltam que se a enfermidade não acabar com as pessoas e com a economia, essas medidas governamentais farão com que isso aconteça.

Sobre o impacto das medidas restritivas nos negócios de diversos setores, o governador Doria explicou que a saúde precisou ser priorizada, mas que o governo dará apoio, dentro do possível, por meio dos bancos estaduais – Banco do Povo e Desenvolve São Paulo – e espera que o Governo Federal contribua por meio do BNDES podendo ajudar os empreendedores.

A FASE EMERGENCIAL

O governo do estado do São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 11 de março, medidas mais restritivas, diante do avanço da pandemia do Covid-19. A chamada Fase Emergencial vai começar na próxima segunda-feira (15) e irá até o dia 30 de março. Foi especulada a Fase Roxa, providência tomada pelo Estado do Amazonas que colocou mais restrição para amenizar o avanço da enfermidade, mas o governo de São Paulo preferiu nomear como Fase Emergencial.

O anúncio da nova etapa de restrição aconteceu numa coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na tarde desta quinta-feira. Assim sendo, a Fase Emergencial vai incluir medidas como a redução dos horários de funcionamento dos serviços essenciais, como padarias, supermercados e postos de gasolina. Também haverá suspensão de eventos esportivos, como o Campeonato Paulista de futebol, e de cultos religiosos em igrejas. O teletrabalho (home office) será obrigatório para atividades administrativas não essenciais em escritórios e em órgão públicos. Também não está autorizada a retirada de alimentos e produtos ao cliente em estabelecimentos como restaurantes, lanchonetes e outros do tipo, podendo funcionar apenas o serviço delivery.

O toque de recolher será entre 20h e 5h não sendo permitida a circulação de pessoas nesse intervalo. A ida às praias e aos parques também está proibida em qualquer horário. E continua a recomendação de uso de máscaras em ambientes internos e externos. O Estado também está organizando novas medidas para evitar aglomeração nos horários de entrada do trabalho. O transporte público não será reduzido, sendo que as frotas funcionaram em 100%, tanto para ônibus, metrô e trem. Trabalhadores da indústria devem entrar entre 5h e 7h, os de serviços entre 7h e 9h e os do comércio entre 9h e 11h.
No caso das escolas estaduais, estas ficarão abertas apenas para as crianças que precisem de alimentação e distribuição de materiais, com agendamento prévio. As escolas privadas poderão abrir para receber crianças de pais que precisem trabalhar fora. O limite presencial será de 35% dos alunos.

João Gabbardo, coordenador executivo do centro de contingência, fez um apelo diante da gravidade da situação. “Ninguém diria que, um ano após a pandemia ser declarada pela OMS, a gente estaria aqui falando de mais medidas. Se essas novas medidas não forem cumpridas nos próximos 15 dias, não será possível acompanhar a velocidade da pandemia. Se não seguimos as recomendações, não teremos leitos nos hospitais, empreendedores de sucesso morrerão, assim como trabalhadores informais e pessoas de classe média. Fiquem em casa. Não teremos soluções e milagres que vão ajudar. As medidas são antipáticas, mas o futuro vai julgar isso. Veremos quem usou medidas, quem se sacrificou para trazer resultados melhores”, destacou.

Na quarta-feira,10 de março, o governador Doria anunciou que o estado expandirá o sistema de saúde pública, com a criação de 338 novos leitos em todo o estado, sendo 167 Unidades de Terapia Intensiva – UTIs. O dado considera hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. No total, o estado passou a ter 9.200 leitos de UTI – quase o triplo do que havia antes da pandemia. Atualmente, 53 municípios estão com 100% nas taxas de ocupação. Na segunda, 8, eram 32 municípios. Conforme os dados divulgado nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de UTIs é 87,6% no estado. A Grande São Paulo chegou a 86,7% de ocupação.