ESPECIAL “DIA INTERNACIONAL DA MULHER”

Com ampla trajetória pelo Conselho Tutelar, a assessora de Assuntos Metropolitanos da prefeitura, Michele Russo, afirma que a municipalidade vem investindo em políticas de conscientização sobre o controle de natalidade, métodos contraceptivos e prevenção às DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis

O Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, é uma data muito importante do calendário mundial. É um momento de reflexão sobre a luta e as conquistas das mulheres, principalmente por igualdade e respeito ao longo da história. Todos os anos, o Jornal EXTRA destaca o protagonismo feminino de mulheres bertioguenses que brilham em suas áreas. Mais do que líderes em seus segmentos, elas são exemplos que ajudam a transformar seus ambientes profissionais e a sociedade como um todo.

CONHEÇA AS LIDERANÇAS FEMININAS QUE SE DESTACAM EM SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO

MICHELE RUSSO FALA SOBRE OS DESAFIOS DA MATERNIDADE E GRAVIDEZ PRECOCE

Em 2023, Bertioga registrou aumento no número de gestantes. A assessora de Assuntos Metropolitanos do prefeito Caio Matheus (PSD), Michele Russo afirma que, com os dados do novo programa “Alô Mamãe Bertioguense”, nota-se também a detecção da gravidez precoce – de mães com menos de 18 anos. Com ampla trajetória pelo Conselho Tutelar, ela afirma que a Prefeitura vem investindo em políticas de conscientização sobre o controle de natalidade, métodos contraceptivos e prevenção às DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis. Em um de seus postos de atuação, a Unidade Bertioguense de Especialidades Médicas – Unibem – ela observa que a busca por cuidados ginecológicos e obstétricos se popularizaram ao longo do ano passado.

“A gravidez na adolescência é algo muito complexo, porque primeiro a gente precisa entender todo o cenário dessa jovem menina. E depois para que ela permaneça com a gente, recebendo atendimentos e pré-natal”, pontuou.

A assessora lembra que, durante todo o pré-natal os agentes comunitários realizam visitas domiciliares às gestantes. Ao perceber qualquer alteração, avisam à equipe da UBS, onde são realizadas as consultas. Elas podem e devem receber todo tipo de orientação e realizar todos os exames necessários para segurança da mamãe e do bebê.

Segundo dados coletados pelo Ministério da Educação, cerca de 18% dos motivos de evasão escolar estão relacionados à gravidez na adolescência – Foto: Agência Brasil

AMAMENTAÇÃO

Ao falar sobre a maternidade, ela lembra dos desafios. Mãe de duas filhas, Michele Russo destaca evolução municipal de discussões importantes sobre humanização. “No puerpério, eu sofri muito, não pude amamentar as minhas filhas, foi bem doloroso. Eu lembro que cheguei a ir sozinha para o hospital dar à luz a minha primogênita. E naquela época pouco se falava sobre isso, então o sentimento que eu tinha era de insuficiência. O medo de que elas adoecessem, a pressão e julgamento alheio sobre como suprir elas. Sendo que hoje, essa é uma questão trabalhada desde o pré-natal. Justamente para diminuir e preparar essa mãe para os impactos dessa vivência. Inclusive, todos os profissionais da saúde que atuam na área têm especializações, capacitações, para abordar e orientar sempre da melhor forma possível”, diz.

“A gravidez na adolescência é algo muito complexo, porque primeiro a gente precisa entender todo o cenário dessa jovem menina. E depois para que ela permaneça com a gente, recebendo atendimentos e pré-natal” (Michele Russo) – Foto: Agência Brasil

REDE DE APOIO

Além da atenção com a saúde, a ex-conselheira tutelar também chama a atenção da população acerca da evasão escolar. Para ela, atrelada à questão da gravidez precoce, as responsabilidades decorrentes do cuidado diário de outra pessoa, como sono, lazer e tempo social, têm impacto direto na dinâmica escolar. Segundo dados coletados pelo Ministério da Educação, cerca de 18% dos motivos de evasão escolar estão relacionados à gravidez na adolescência.

“Em Bertioga, hoje a gente tem uma relação a partir dos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), que confere a outros setores, informações para as equipes da própria assistência social acompanharem além da gestação, a reintegração dessa mãe pós-puerpério. Os estudos que condicionam a entrada no mercado de trabalho. Então, os programas são uma ajuda, mas o incentivo vão além das ofertas desses serviços”, conta.