EX-SECRETÁRIA DE SAÚDE DE BERTIOGA PODE SER CONVIDADA A PRESTAR ESCLARECIMENTOS NA CPI DO COVID

Simone Papaiz ficou negativamente famosa em todo o Brasil por assinar a compra de respiradores numa casa de vinhos, enquanto esteve secretária de Saúde do Amazonas; em Bertioga, quando secretária, ela assinou a compra de respiradores sucateados

O senador Marcos Rogério (DEM) reivindicou que a ex-secretária de Saúde de Bertioga, que posteriormente assumiu a secretaria do Estado do Amazonas, a negativamente famigerada, Simone Papaiz, seja convocada para prestar esclarecimentos na CPI do Covid-19. Isso por ela ter assinado a compra de respiradores numa casa de vinhos, de forma superfaturada, enquanto condutora da pasta amazonense. O caso aconteceu em abril de 2020, virando um escândalo ao ser publicado na maioria dos veículos de mídia brasileiros. A polícia, através da Operação Sangria, apura o caso há mais de um ano.

É válido lembrar que, há cerca de um mês, antes de ela assumir o cargo no Amazonas, Papaiz estava secretária interina do município bertioguense, sendo que inclusive, ela assinou a aquisição de respiradores sucateados numa empresa que é parte de um grupo, que atualmente está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo – MPSP, por supostamente nele conter membros (formadores de quadrilha) Entre estes integrantes investigados está o ex-secretario de Saúde de Bertioga, Valter Campoi, além da referida Simone Papaiz.

Cinco dias antes de Simone Papaiz ser anunciada como a nova secretária de Saúde do Estado do Amazonas, dia 3 de abril, ela ainda assinava como secretária interina de Saúde de Bertioga, ocasião em que rubricou um contrato na ordem de R$ 126,2 milhões, sem licitação, o que lhe rendeu muitas críticas por parte da imprensa local. Ela tem uma ficha processual extensa na Justiça paulista, exposta na internet. Contra ela, constam 76 processos, a maioria trabalhistas. Desses, pelo menos dois relacionados à dispensa de licitação e dois são de improbidade administrativa.

Tiveram matérias publicadas pela imprensa bertioguense denunciando caos na Saúde, quando ela ainda estava sob o comando da pasta na cidade, inclusive sobre descaso no atendimento aos pacientes. Aliás, no citado conteúdo jornalístico, há também críticas com relação ao contrato milionário no valor de R$ 32 milhões com uma Organização Social de Saúde (OSS) que surgiu para administrar o Hospital Bertioga.

Por essas e outras situações, vários deputados estaduais do Amazonas questionaram a ida dela rumo à Secretaria de Saúde do Estado amazonense. Ela também chegou a ser criticada pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa, pelos motivos alusivos ao caso investigado pela Operação Sangria.