A COMEMORAÇÃO DA EMANCIPAÇÃO DE BERTIOGA É UM ERRO
O Aniversário da emancipação de Bertioga para mim, não me é motivo de comemoração, é praticamente um dia de luto, devido à morte dos tempos áureos vividos neste lugar. Comemorar o quê? Atualmente não tem nada de melhor se for comparar com o passado desta cidade maltratada e malcriada. Bertioga, quem te viu, quem te vê!
Só quem te viu sabe do que estou falando. Assim sendo, vamos embora para o passado! O então distrito de Santos até os primeiros anos de emancipação, ainda era terra de caiçara matuto, que vivia da pesca e sabia cultivar suas tradições, como as festas típicas existentes em cada um dos bairros povoados; a culinária local, as lendas e mitos de teor folclórico, entre muito de bom que não existe mais.
Isso sem falar dos assíduos turistas que faziam das praias bertioguenses, um enxame de guarda-sois, porque adoravam vir pra cá, contudo agora daqui não gostam mais, sendo que venderam suas casas de veraneio e investiram em outras, em cidades que se assemelham ao passado bertioguense. Eles vão matar as saudades de Bertioga em outro lugar. Isso parece absurdo, porém para eles, nosso município está irreconhecível.
Quem te vê Bertioga, conhece apenas essa realidade que vai ficando mais rebelde com o passar dos anos, como um adolescente emancipado pela família, que deu um grito de liberdade, mas sem quaisquer maturidade, responsabilidade e juízo. Esse rapazinho se vê perdido na miséria e nas drogas porque foi contaminado pelo meio ambiente que lhe deu direções erradas. Está perdido vendo seu futuro ser escangalhado e, de mãos atadas com os cordões dos principais poderes que lhe oprime.
Esse menino é só uma criança que não teve investimento, maltrapilha, desorientada e analfabeta, sem direito a nenhuma lei constitucional que lhe dê garantia de cidadã. Bertioga é esse menino, que representa os entorpecidos; os mendigos pedintes de dinheiro para voltar à cidade natal; as comunidades maltratadas sem saneamento básico; os furtos e roubos às residências, aos estabelecimentos comerciais locais e os assaltos atuais em cada esquina; uma pequenina cidade caiçara, metida a besta querendo ser metrópole, travestida usando roupagem de prédios com aspecto moderninho.
Esse moleque emancipado representa uma urbe sem atividades econômicas; o asfalto que mais favorece o nóia ir à ‘biqueira’ do que o cidadão ir ao seu trabalho, aos lazeres educativos, como cinema, teatro municipal; tudo de benéfico que não existe. Chega a ser nojento e demagogo quando o aniversário da emancipação do município é comemorado, porque assim ocorrendo, é como se fosse celebrada, a desgraça do referido miserável e sem rumo menino, metaforicamente comparado com Bertioga.
Esse garotinho emancipado e deixado a ‘Deus dará’, tem que crescer sim, mas não sendo viciado a acreditar em promessas que nunca serão cumpridas, vivendo sem nenhuma perspectiva de futuro próspero como atualmente vem sendo conduzido. Agora ele já saiu de casa e não tem mais volta, a esperança é que amadureça e não mais se permita receber pitacos tóxicos, vindos principalmente de malandros forasteiros, sugadores de sua energia promissora que, bem investida, tem tudo para fazer de sua vida, um verdadeiro paraíso.