UMA FUNERÁRIA DE SUCESSO
Cadáveres nas sarjetas em putrefação ao relento, mas encobertos por mantas que não aquecerão mais células vivas quaisquer. O serviço funerário trabalhando a todo vapor, enquanto o próprio dono, já cheira muito mal, com o corpo esverdeado, rodeado por moscas varejeiras, à espera de uma cova coletiva, deixa a fortuna que ganharia para seu filho, que adoeceu, porém sobreviveu, perdendo também a mãe e os irmãos. Esse sobrevivente terá uma história triste para contar, com os bolsos recheados, entretanto com a alma deserta. E o que lhe restará, será pedir licença, se quiser ocupar um espaço para orar e acender velas pelos seus entes queridos, em frente a uma grande cruz, numa carneira comunitária e unissex.