A REGRA É SE LEMBRAR QUE NINGUÉM VAI RESSUSCITAR
Na foto, uma das últimas aprontadas pelos que ferem as regras de contenção contra a doença, que avança por motivos como esse, e por outros citados no texto abaixo
Essa observação opinativa é de Willian Santos e não do Extra, que fique bem claro
Numa filmagem que chegou a ser espalhada nas redes sociais, dois surfistas foram flagrados fugindo da Polícia Militar, correndo pela faixa de areia. Afirma-se que o vídeo foi realizado, no dia 20 de março, na Praia do Indaiá. Os naquele momento, não exatamente criminosos, mas fugitivos da PM correram em direção ao mar, mas acabaram desistindo, quando a viatura os alcançou, intervindo para eles não adentrarem a água do mar. No mínimo, levaram uma bronca das boas e devem ter sido convidados a voltar para suas casas.
A prefeitura mantém as praias fechadas desde o dia 13 de março, proibindo a circulação e qualquer tipo de atividade individual ou coletiva na faixa de areia, mar, píer, jardins e calçadão. Entretanto, não só de praia vive gente de mente pequena e egoísta, pois, este não é o único caso ocorrido no município em que as pessoas estão infringindo as regras impostas pelos decretos estadual e municipal.
Antes de a fase emergencial entrar em vigor, um dia antes, igrejas foram avistadas não cumprindo os protocolos. As pessoas estavam sentadas exatamente ao lado, uma das outras, sem que houvesse as duas cadeiras as separando. Fora que a fileira de cadeira da frente estava bem próxima também. Dava até para quem estava sentado atrás, tirar a bunda do banco, sem tirar os pés do chão, falar palavras eróticas, de carinho, ou cochichar sobre a vida alheia, no ouvido de quem estava à sua frente. Havia religiosos sem máscara nas proximidades da porta do templo conversando, inclusive.
Os restaurantes, isso já na fase emergencial, alguns foram vistos na situação de seus funcionários estarem entregando o marmitex pela janela, no sistema ‘à retirar’, porém com o atendente usando a máscara no queixo, sendo que três clientes do lado de fora estavam sem máscara literalmente, conversando com ele.
No sábado passado, dia 20, houve o decreto com as restrições para o funcionamento dos supermercados e mercados. Algumas delas, seriam a de que os estabelecimentos não poderiam estar lotado; a outra seria a da permissão de entrada de uma pessoa por família, apenas, não acompanhada de crianças preferencialmente. No entanto, o que foi visto foi o contrário: grupo de quatro ou cinco jovens, juntos, no corredor de bebidas; famílias, no caso o pai, a mãe e duas crianças brincando, correndo pelos corredores.
Ou seja, as pessoas de modo geral e os próprios supermercados, não estão cumprindo com as regras que podem conter o avanço da pandemia. Isso sem falar dos ‘pancadões’ realizados em várias cidades, festas que a polícia e as forças tarefas das prefeituras não conseguem conter, mesmo com as pessoas incomodadas com isso, os acionando. Mas afinal, o que esperar dessa gente envolvida nesses eventos?
Assim sendo, Infelizmente, quem reside perto do cemitério de Bertioga, conta que nunca viu antes, um número tão alto de veículos funerários adentrando o portão da necrópole. Com tudo isso acontecendo, os comerciantes querem reabrir as portas, querem retomar a atividade económica. Entretanto, por falta de cuidados essenciais descumpridos pela maioria deles, a minoria que segue corretamente os protocolos de segurança, inclusive para salvarem as próprias vidas, estão pagando por isso.
A situação atual é monstruosamente delicada, não sendo possível trocar a vida por dinheiro algum que possa ser ganhado em qualquer trabalho. Comida pode ser conseguida através de empenho social governamental, privado ou com o apoio da sociedade como um todo. Não é justo os profissionais da Saúde ficarem trabalhando dobrado ou triplicado escolhendo quem vai sobreviver e quem vai morrer, só porque existe principalmente quem quer fingir estar trabalhando dentro das restrições, sem máscara, falando igual a uma matraca, espalhando saliva para todo e qualquer lado.
O que não pode, é gente morrer como um peixe fora d’água nos corredores ou mesmo fora dos hospitais; o que não pode é ocorrer de colapsar o serviço funerário com corpos embrulhados jogados nas calçadas à beira das vias. É bom lembrar do velho ditado: ‘ existe jeito para tudo, só não tem jeito para voltar da morte’, até porque, tirando Jesus Cristo, ninguém ressuscitou.