RODA DE CAPOEIRA AGITA O PARQUE DOS TUPINIQUINS E EXALTA A CULTURA DE BERTIOGA

A manhã deste domingo, dia 1º, foi especial no coração de Bertioga. Quem passou pelo Parque dos Tupiniquins, ao lado do Forte São João, se deparou com uma cena vibrante: berimbaus soando, corpos girando, palmas marcando o ritmo e a energia viva de uma tradição que pulsa há décadas na cidade. Era a roda do “Imersão Capoeira Bertioga”, reunindo representantes dos 15 grupos de capoeira do município.

No comando estava Mestre Águia Branca, nome de batismo de Jaqueline Doria, de 41 anos. Capoeirista desde os quatro, nascida e criada em Bertioga, ela é discípula dos mestres pioneiros que trouxeram a capoeira para o município. “Hoje estamos aqui pra fortalecer esse espaço maravilhoso e mostrar a nossa capoeira para moradores e turistas. Todo último domingo do mês, a gente escolhe um lugar da cidade pra fazer a roda. Desta vez, viemos ao parque por causa da história que ele carrega, assim como a nossa cultura”, contou.

Mais do que dança ou luta, a roda é também um ato de resistência, união e transformação social. “Já tiramos muitos jovens das drogas e de caminhos errados. A capoeira ensina respeito, disciplina e direciona para o bem. É corpo, mente e alma no compasso do berimbau”, afirma a mestre.

O encontro deste domingo faz parte de um movimento coletivo que acontece mensalmente em bairros diferentes da cidade. “Tem capoeira em todo canto: Sítio São João, Ana Paula, Mangue Seco, Vista Linda, Guaratuba, Boracéia… Cada comunidade tem seu mestre e sua história”, explica Jaqueline.
Entre os nomes que mantêm essa tradição viva estão Mestre TNT (Mangue Seco), Monitor Teles (Sítio São João), Besouro (Ana Paula), Mestre Simba, Tico e Teco (Chácaras Vista Linda), Professor Gilson (Boracéia), além da própria Jaqueline, que dá aulas no Estúdio Bianca Silva, na Avenida 19 de Maio.

O movimento é apoiado pela Liga de Capoeira Bertioguense, fundada há mais de 22 anos por ícones da cidade como Mestre Asa Branca, Mestre Camarão e Mestre Vânia, todos da tradicional família Borges, responsável por introduzir a capoeira em Bertioga em 1977.
Apesar da força e da história, os capoeiristas pedem mais apoio. “A gente faz o que pode, mas a cultura precisa ser valorizada. Capoeira é patrimônio imaterial, é arte, é educação, é futuro”, reforça Mestre Águia Branca.
Quer participar? A capoeira está em todos os bairros de Bertioga e é aberta a crianças, jovens e adultos. É só procurar um grupo perto de você.
Axé, Bertioga!