Nem Sangue Nem Areia presta homenagem a Nelson Fidelis e a Velha Arte do Samba neste domingo na Vila Industrial

Chegou a hora! Nem Sangue Nem Areia invade neste domingo (23) as ruas da Vila industrial. O bloco mais tradicional de Campinas vai contar a história de Nelson Fidelis, uma das vozes mais marcantes de cidade, e sua parceria por mais de meio século com a Velha Arte do Samba.

Batizado de “Griô Do Meu Interior”, o samba enredo é assinado por Fabinho Azevedo e Thiago Souza. Fabinho Azevedo aliás será o intérprete do samba, durante o trajeto na avenida. A concentração está marcada para a Rua Francisco Teodoro, ao lado do túnel de pedestre da Estação Cultura.

A festa começa por volta da uma e meia da tarde com a apresentação dos grupos Casa Caiada e Galos de Briga, com grandes sucessos do samba. Na sequencia entra Ana Paula Moretti e Banda, que promete levantar os foliões com o melhor da música “pra pular” brasileira.

Em seguida tem início o ponto alto do evento: o desfile do bloco, acompanhado da bateria nota 10 da Estrela D’Alva; do boneco de Olinda de Helder Bittencourt (patrono do Nem Sangue Nem Areia); e do boi vermelho e preto, a principal alegoria e símbolo da agremiação da Vila Industrial.

No retorno do trajeto, o DJ Maurício Tonetti promete contagiar a galera com os clássicos do samba rock.

Enredo

Nem Sangue Nem Areia, em 2025, vai contar a história desse “maestro de bamba”, que junto com a Velha Arte do Samba, cantou pelos quatro cantos da cidade e levou alegria para milhares de corações campineiros.

De plebeu, de dia, como serralheiro; a nobre, durante a noite; no samba, “Seo Nelson”, sempre esteve presente na Vila Industrial, berço do Nem Sangue Nem Areia. Quando jovem, estudou no Colégio Vilela Junior e desceu a avenida várias vezes atrás do bloco.

O enredo ainda percorrerá uma linha do tempo, que começa nas tardes de sábado do início desse século, no cruzamento da Cézar Bierrembach com a Dr. Quirino, e que se tornou, naquela época, a Rua do Samba da cidade. Com a organização Amaury de Oliveira, ali, a Velha Arte do Samba começou a dar os primeiros passos até se tornar um dos melhores grupos de samba da região.

Assim, do Tônicos Buteco à Casa São Jorge, foram centenas de shows em botequins e casas de espetáculo, levando o melhor do samba de raiz, muitas vezes ao lado de grandes nomes na música nacional, como Jamelão, Noite Ilustrada, Djalma Pires, Monarco, Nelson Sargento, entre outros.

E do Guarujá a Ribeirão Preto, Nelson Fidelis e a Velha Arte do Samba tomaram conta do Estado de São Paulo e mostraram ao mundo todo que a voz do morro tem o seu valor.

História

Entre os anos 40 e 70, as ruas da Vila Industrial serviam como cenário para um dos mais tradicionais blocos carnavalescos de Campinas, o Nem Sangue Nem Areia, uma referência ao filme Sangue e Areia, estrelado pelo galã Tyrone Power.

A inspiração veio tanto pela influência hollywoodiana quanto pelo fato de a Vila Industrial ser um bairro que abrigava curtumes e matadouros, o que fazia com que a passagem de rebanhos de gado pelo bairro fosse uma cena corriqueira.

Já transformado em escola de samba, o bloco encerrou suas atividades em 1976, retornando às ruas em 2009, quando volta a ser uma referência do Carnaval de rua de Campinas.

Serviço

Desfile do Nem Sangue Nem Areia

23 de fevereiro (domingo)

Atrações

13h30
Casa Caiada e Galos de Briga

15h
Ana Paula Moretti e Banda

16h30
Desfile com a Bateria Estrela D’Alva

18h
DJ Tonetti

Concentração: Rua Francisco Teodoro (ao lado do túnel de pedestres da Vila Industrial)

Foto: Adriano Rosa