PESCADORES TEMEM A PERDA DA PROFISSÃO DEVIDO A DEGRADAÇÃO DO CANAL DE BERTIOGA

Tudo porque proprietários de lanchas de luxo e motocicletas aquáticas, trafegam em alta velocidade, afetando o mangue das imediações e, consequentemente, o berçário de inúmeras espécies de peixes nativos da região

Um caso que envolve o ecossistema marinho do Canal de Bertioga, na parte que beira a Ilha de Santo Amaro (Guarujá) causa a indignação de moradores que vivem às margens do estuário, que vivem da pesca. Eles destacam que as autoridades municipais, estaduais e federais não tomam providências quando principalmente, aos finais de semana, proprietários de lanchas de luxo e motocicletas aquáticas, trafegam em alta velocidade, afetando o mangue das imediações e, consequentemente, o berçário de inúmeras espécies de peixes nativos da região.

Os pescadores afirmam que o barulho das embarcações também afeta os animais terrestres e aves que vivem na Serra do Guararú – uma área de preservação ambiental da região. Eles também destacam que a pesca é o único meio de sobrevivência e que a diversão de certas pessoas, prejudica a pesca de ostras, além da pesca de rede e a navegação realizada para se chegar a locais mais afastados para conseguirem efetuar a pesca, de maneira bem mais reduzida. Os pescadores temem que o mangue e o berçário de animais marinhos seja destruídos.

Nas palavras tristes dos caiçaras, a movimentação de lanchas está atingindo as raízes e derrubando as árvores. Quase não tem peixe. Quem trabalha com carteira de pesca está sendo prejudicado por pescadores irregulares. Os flutuantes estão sendo danificados. O derramamento de óleo das embarcações também está afetando as águas do Canal de Bertioga. É comum ver peixes mortos boiando. Mariscos e ostras também.

A imprensa local publicou que o secretário da Associação dos Moradores e Amigos da Cachoeira da região do Rabo do Dragão, Sidnei Bibiano Silva dos Santos, também é a favor de instalação de câmeras para poder fazer o monitoramento. “Cada dia que passa o canal está mais largo e a diversidade vai diminuindo. Não está tendo mais lugar para os peixes se reproduzirem. Desse jeito, mais uns anos e o pessoal que vive de pesca vai ter que mudar de profissão”.