Passageira destaca o descaso que sofreu devido à mudança do itinerário dos ônibus intermunicipais

A internauta destaca que o fato de algumas empresas de ônibus não poderem atuar trajetando no centro de Bertioga é ilógico. Para ela, isso não beneficia a população local que paga impostos altos na cidade, além de afastar turistas que também são geradores de renda no município. “Descobri da maneira mais perigosa esse descaso”

Nas redes sociais, mais uma internauta está revoltada com a forma que a cidade vem sendo conduzida politicamente. Dias atrás, o caso foi uma súplica por segurança pública no bairro São Lourenço, agora, a indignação fica por conta do transporte público, sendo que, para senhora que postou o descaso que sofreu na página Aconteceu em Bertioga, este setor de serviço está muito ineficiente no município.

“Boa tarde leitores! Quero compartilhar o que me aconteceu, porque este descaso também pode acontecer com vocês. Como cliente e cidadã venho através deste relato expor a falta de respeito, de direito e também da frieza e descrédito do bom senso que coloca a vida de outro ser humano em risco eminente e grave em virtude de uma incoerência da empresa Ultra e da prefeitura de Bertioga. Comprei uma passagem da empresa Ultra de São Paulo até Bertioga, no último horário – 18:30 – no dia 03/10/2021. Questionei na hora da compra se o ônibus parava na entrada de Bertioga e tive a confirmação que sim, no ponto de ônibus do pastel na entrada da Avenida 19 de Maio”, explica.

A internauta destaca que o fato de algumas empresas de ônibus não poderem atuar trajetando no centro de Bertioga é ilógico. Para ela, isso não beneficia a população local que paga impostos altos na cidade, além de afastar turistas que também são geradores de renda no município. “Descobri da maneira mais perigosa esse descaso. Ao pedir para o motorista parar no próximo ponto a partir do ponto da Manoel Gajo/Manolo, o motorista se recusou a parar no ponto da entrada da cidade, ponto que tinha sido me informado que podia, e onde eu tinha combinado com meu pai, um senhor idoso que ficou de me buscar. O motorista ao negar não levou em consideração que já era à noite, estava chuviscando, não tinha acostamento nem calçada para meu deslocamento. E eu estava com bagagem. O motorista alegou apenas uma preocupação, a multa. Uma coisa descabida a ser levada em consideração visto a situação pela qual tive que passar”, comenta a internauta, ainda enfatizando que não conseguiu avisar o pai dela sobre onde iria descer, pois ele estaria esperando na entrada da Avenida19 de Maio, conforme o combinado.

“Não conseguia avisar meu pai para me encontrar em outro ponto, pois ao falar com ele quando comprei a passagem já tinha combinado tudo, inclusive para ele não levar o celular para não ter perigo de ser assaltado.
Chocada, abalada e com bagagem de mão pesada desci do ônibus e fui caminhando pelo mato, em meio a chuva, correndo risco de ser atropelada, assaltada e de me machucar no matagal. Mas, ao descer do ônibus, alertei para todos que se encontravam lá que eram testemunhas do ato descabido que estava acontecendo. Além do risco todo, cheguei molhada, com pés encharcados, perdi meu relógio neste deslocamento e fiquei muito abalada com a situação. Ao encontrar meu pai relatei o ocorrido e o mesmo ficou indignado com tamanho perigo de vida que corri. Ao chegar em casa liguei para o SAC do Ultra, mas nenhum ramal atendeu. Hoje pela manhã consegui completar a ligação e pedi para falar na Ouvidoria. Passaram para uma atendente atenciosa chamada Carla, que entendeu a situação e também se mostrou abalada e indignada. Orientou-me para escrever para o SAC da empresa. Com isso, aguardo que os grandes culpados revejam a política de acesso à cidade e tomem as devidas providências em todos os contextos, afinal tanto as empresas dependem dos clientes como os políticos eleitos também são funcionários da população.Tenho a passagem de ônibus, o protocolo de atendimento feito para o SAC do Ultra e as terríveis lembranças de um descaso e perigo que fui exposta. Eu me chamo Sandra e espero que ninguém mais seja exposto ao que fui, inclusive a família do motorista, dos donos da empresa e do prefeito da cidade”, encerra.

SUPOSTA CAUSA

É fato que a empresa City, responsável pelo transporte público em Bertioga, entrou com seu trabalho no município em medida emergencial após a empresa Viação Bertioga ser varrida por quebra de contrato. É fato também, que há uma semana aconteceria a licitação para o transporte público de Bertioga, porém, foi suspensa de uma forma um tanto estranha. O certo é que, a City iniciou o seu serviço na plenitude das eleições em que o prefeito Caio Matheus foi eleito. Logo no início da empreitada dessa referida empresa de transportes, a prefeitura estava planejando mudar todo o itinerário dos ônibus intermunicipais, sendo que no caso, nenhum, de nenhuma empresa passaria mais pelo centro, o que beneficiaria veementemente a empresa City, pois, para chegar na região central da cidade, o passageiro teria que usar o ônibus desta empresa após descer do intermunicipal, pagando um valor de tarifa adicional.

Entretanto, usuários da linha 930 EMTU, que faz o trajeto Bertioga/Guarujá e vice versa, se revoltaram, organizaram através de um grupo de WhatsApp, um protesto que andaria pelas ruas da cidade, contudo, o prefeito Caio Matheus voltou atrás e a referida linha ainda percorre pelo centro de Bertioga.

Meses se passaram, e a prefeitura mudou o itinerário dos ônibus intermunicipais, sendo que os únicos que ainda trajetam pelo centro são, as linhas 930 e 929. Esta última também realiza o trajeto Guarujá/Bertioga e vice versa. Provas concretas não existem, mas bons entendedores principalmente do funcionamento da política, sabem que, se a City iniciou os seus serviços nas eleições, o prefeito foi reeleito, ele quis melhorar a situação da empresa fazendo com que o povo saísse perdendo, porque tem que pagar uma passagem a mais e, sendo assim, é fácil “sacar que tem sacanagem no ar” numa troca de favores, em que o alcaide teria sido beneficiado recebendo dinheiro para bancar a própria campanha nas eleições, mas em troca, a empresa de ônibus em questão teria que ser beneficiada de alguma forma, e já está sendo, só não vê quem não quer.